quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Umberto Boccioni

Pintor, escultor e importante teórico do Futurismo. Forma-se em Roma, junto com Gino Severini, no ateliê de Giacomo Balla, nos primeiros anos do século. Aprendendo a pintura neoimpressionista , torna-se um mestre menor do divisionismo italiano de Segantini e Balla. Fixa-se em Milão em 1908, e no ano seguinte, adere ao Futurismo na primeira hora, com os pintores italianos Giacomo Balla, Carlo Carrà e Luigi Russolo, pouco depois do "Primeiro Manifesto Fundador do Futurismo", de 1909. Contribui para os manifestos dos Pintores Futuristas e para o "Técnico da Pintura Futurista", publicados em 1910 e 1911. A sensação dinâmica é o principal valor de sua arte. A ação se traduz na pintura pela prática das técnicas neoimpressionistas, associadas aos princípios cubistas, particularmente depois de seu contato, em Paris, com Picasso e outros desse grupo (1912). Sua pintura aborda temas político-anarquistas, cenas de grande movimentação de figuras em tensão dinâmica e mesmo composições quase abstratas, articuladas pelas
linhas-força. É inovador na escultura, na medida em que rompe com a tradição de Rodin e procura solucionar todos os aspectos da forma dinâmica na linguagem tridimensional. Suas esculturas ultrapassam a questão do movimento absoluto para um movimento relativo, estabelecendo uma tensão e fusão da forma e do espaço que se interpenetram. Realiza, ainda, experiências com materiais não-tradicionais da escultura, justapondo e articulando vidro, madeira e couro, em trabalhos que chama de "polimaterici" (polimatéricos). A produção artística e intelectual de Boccioni flui até 1916, ano em que publica, em Nápoles, o "Manifesto dos Pintores Meridionais". Faz exposições de seus trabalhos em Paris, Londres, Roma e São Francisco, na Califórnia, sempre acompanhadas de textos definidores de suas propostas estéticas. Convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial, serve na artilharia, em Sorte, próximo a Verona, onde morre após uma queda de cavalo durante exercícios militares.




















Charge of the lancers de Umberto Boccioni

Futurismo

O futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas. A pintura futurista foi explicitada pelo cubismo e pela abstração, mas o uso de cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens pretendia dar a ideia de dinâmica, deformação e não- materialização por que passam os objetos e o espaço quando ocorre a ação. Para os artistas do futurismo os objetos não se concluem no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se continuamente a um só tempo. Procura-se neste estilo expressar o movimento atual, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.

Georges Braque



Passou sua infância em Le Havre, aos 17 anos era aprendiz de pintura com um pintor-decorador.
Em 1900 foi morar em Paris para terminar seu aprendizado. Depois de um ano no serviço militar, retornou para Paris e foi para a academia Humbert, um ano mais tarde foi para a Escola de Belas Artes aprender com Léon Bonnat. Aqui conheceu Othon Friesz e Raoul Dufy, futuros Fauvistas. Braque ficou impressionado com a apresentação do grupo Fauvismo em 1905 no Salão. No verão seguinte iniciou o seu estilo Fauvista. Em 1907 conheceu Picasso e até 1914 colaboraram mutuamente na construção do Cubismo. Nesse mesmo ano se alistou no exército, retornando à arte apenas em 1917. No final de 1907, uma evolução na estrutura arquitectônica do seu trabalho levou-o a se interessar pelo trabalho de Cézanne. Acabou abandonando as cores que utilizava e se concentrou na qualidade estrutural de seus temas. As formas foram simplificadas, o contorno dos desenhos se transformaram em linhas grossas e escuras e o fundo era preenchido por grandes planos geométricos. O trabalho de Braque geralmente se distinguia do de Picasso pelo seu interesse ao redor dos objetos, que era maior do que o próprio objecto. Ao retornar para Paris, depois da I Grande Guerra, continuou seu trabalho num cubismo sintético, influenciado por Juan Gris. Ao mesmo tempo começou a experimentar curvas, formas mais cheias e a potencialidade do trabalho com as cores. Em 1930 o desenvolvimento do seu estilo foi interrompido temporariamente pelo impacto do Surrealismo, principalmente pelo trabalho de Picasso. Braque voltou a usar formas e cores fortes tendo sempre uma constante preocupação com a inter-relação entre o objecto e o espaço e a representação do objecto em duas dimensões.


Le Viaduc à l'Estaque





quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Pablo Picasso




Um dos grandes gênios da pintura contemporânea, filho de um professor de Desenho e Pintura, deslocou-se ainda jovem para Barcelona, onde estudou Belas-Artes e pintou seus primeiros quadros de tendência acadêmica, entre os quais se destaca Ciência e Caridade (1897). No início do século XX, partiu para Paris, cidade em que se instalou em 1904 e onde recebeu a influência de Gauguin e Toulouse-Lautrec (período azul, com obras de tema popular, e período rosa, centrado no mundo do circo). Na primavera de 1907, pintou na capital francesa As Senhoritas de Avignon, quadro com que rompe com a profundidade espacial, ao representar as figuras numa simultaneidade de planos, e inicia, assim, seu período cubista. Entre 1908 e 1911, desenvolveu sua fase analítica por meio da decomposição das formas, especialmente de paisagens como as de Horta d'Ebre, ao mesmo tempo que reduz a sua gama cromática aos cinzentos. Em 1912, interessou-se pela técnica da colagem: Natureza Morta com Cadeira de Palha, com que inicia também sua passagem para o cubismo sintético, no qual prevalece a reconstrução do objeto através de seus planos essenciais. Ao mesmo tempo, sua gama cromática amplia-se de novo, como se observa em Natureza Morta Dentro de uma Paisagem (1915). Depois de passar por uma fase realista e outra com influências surrealistas, a guerra civil imprimiu uma marca profunda em sua produção. Assim, o bombardeamento da cidade de Guernica levou-o a criar Guernica, exposto no pavilhão espanhol da Exposição de Paris em 1937, como protesto pela violência sem sentido da guerra, sentimento também expresso no quadro Matanças na Coréia (1950). A partir de 1947, interessou-se especialmente pela cerâmica e pela reelaboração de obras clássicas: Mulheres de Argel, de Delacroix (1955), As Meninas, de Velásquez (1957), ou Merenda Campestre, de Manet (1960).

Citação:
"Minha mãe dizia-me: "Se queres ser um soldado, serás um general. Se queres ser um monge, acabarás por ser o Papa." Então eu quis ser um pintor e agora sou Picasso."


O guitarrista de Picasso